Lisboa soma e segue … mais uma vez

A capital portuguesa acaba de ser distinguida como uma das dez cidades do mundo com melhor qualidade de vida. Quem assim o determina é a exclusiva Monocle, num ranking que coloca Zurique, na Suíça, em primeiro lugar e Lisboa a fechar o seu top ten.

De medalhas ao peito

Depois de ter feito história no final do ano passado, ao ser duplamente distinguida enquanto Melhor Destino do Mundo (à semelhança do que já tinha acontecido em 2017) e Melhor Cidade Destino, pelos World Travel Awards (WTA) – que estão para o turismo como os Óscares para o cinema –, Lisboa continua a somar louros. Já este ano, numa cerimónia onde Portugal foi eleito, pela terceira vez consecutiva, Melhor Destino da Europa, os mesmos WTA voltam a colocar Lisboa no lugar cimeiro do podium, ao considerá-la a melhor cidade para escapadelas. Agora, a capital lusa volta às páginas dos jornais ao entrar, ocupando o 10.º lugar, para o top ten das cidades com melhor qualidade de vida do mundo. Uma posição que lhe é atribuída, desta feita, pela elitista Monocle, revista britânica cujos rankings são verdadeiros trendsetters internacionais.

O de sempre e o de agora

A somar ao clássico cartão de visita da cidade – a luz, o clima, a hospitalidade e simpatia, a arquitetura, a cozinha –, Lisboa seduz agora também pela sua modernidade, pela movida da vida noturna, pelos novos espaços de animação e vida cultural, pelas suas novas gentes e ideias, pela qualidade dos seus museus, pelo fervilhar de novidades e melhoramentos, ainda pelo ininterrupto movimento de inovação que se sente e experimenta a vários níveis e pela sua energia, que tornam a capital cada vez mais apelativa. Aos olhos dos outros, como atestam todas estas distinções, como aos nossos próprios olhos.

Depois que o mundo descobriu Portugal, até há bem pouco tempo um segredo europeu bem guardado, cabe-nos agora, desvendar os segredos da cidade. Eles são muitos e tanto surpreendem os turistas, como podem fascinar os próprios locais. Um jardim por onde se passa todos os dias, mas no qual não se repara, pode ter uma árvore histórica, o nome de uma rua pode ocultar uma ancestral história que daria hoje um inspirador thriller, um miradouro onde nunca dedicou tempo apenas para ‘mirar’, um bairro onde se exibem algumas das obras de arte urbana mais empolgantes da atualidade… Há coisas que merecem ser vistas de perto, ao vivo, sentidas e olhadas como se pela primeira vez. Coisas que têm vindo a fascinar e a seduzir as gentes de fora e que, tantas vezes, se tornam invisíveis aos que vivem na cidade, ou que nela circulam diariamente, na escuridão do metropolitano, ou na correria stressante do trânsito.

Faça como eles, os turistas

Tire um fim de semana, um dia ou apenas umas horas para descobrir porque é que Lisboa continua a ser vista como uma das cidades mais belas e apaixonantes do mundo. Percorra os bairros antigos de ruas estreitas e histórias largas, entre nas avenidas novas e nas velhas sem ter como destino um escritório ou negócio. Não o faça enquanto repete a rotina diária ao volante do seu carro e se preocupa com o trânsito e o estacionamento. Faça-o no lugar do passageiro, no lugar do turista. Percorra as ruas num tuk tuk da Tuk On Me. Eleja uma das nossas rotas ou invente connosco uma só sua. Desenhe um percurso com assinatura. Conheça pequenos e grandes pedaços da história que corre nas veias de cada ruela e alameda. Encante-se com o rio no lugar onde este se aventura e se torna mar. Entre, finalmente, naquele museu onde sempre quis ir, mas nunca encontrou tempo para o visitar. Pare para tirar fotos, sem se preocupar com o parquímetro ou paragens em segunda fila. Tem alguma fotografia de Lisboa? Não em Lisboa, mas da cidade? Sabe qual do seu património foi reconhecido pela UNESCO? Já desesperou, seguramente, com o trânsito em cima da Ponte 25 de Abril, mas já a admirou ao longe, à luz de um qualquer nascer ou por do sol?

Faça de conta que acaba de aterrar em Lisboa. Permita-se ver tudo com a frescura e a curiosidade do primeiro olhar e entenda porque Lisboa é tão fascinante para quem chega de fora.